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IRPF 2016 consolida aumento do imposto nos salários de 2015

Atualizada em 26/02/2016 03:51

A Receita Federal liberou esta semana o programa do IRPF 2016, referente à declaração de ajuste do ano base de 2015.

As escolas têm até segunda-feira, dia 29/02, para entregar o informe de rendimentos. A empresa que descumprir o prazo está sujeita à multa de R$ 41,43, por informe.

Já que o assunto é o imposto de renda do ano calendário 2015, convém lembrar que a correção linear anual da tabela ficou em apenas 4,9%, abaixo da inflação (o IPCA de 2014 ficou em 6,4%). Deve declarar quem recebeu, em 2015, pelo menos R$ 28.123,91, contra R$ 26.816,55 no ano anterior.

As despesas com dependentes e instrução foram corrigidas em 5,5% e a dedução com empregados domésticos, 2,5%.

Pagando mais...

Como a correção linear no ano ficou em 4,9% e os reajustes salariais dos professores em 2015 foram superiores (9,41% na educação básica, 8% no ensino superior , no Sesi e no Senai e 8,2% no Senac), a declaração de ajuste do ano base 2015 vai consolidar um aumento da tributação. Quem tem restituição, certamente receberá menos do que teria direito se a tabela tivesse corrigido ao menos pela inflação.

No ano passado, a tabela só foi corrigida em abril. Pra relembrar o imbróglio, no final de 2014, o Congresso tinha aprovado a correção da tabela em 6,5%, a partir de janeiro de 2015.

Alegando que a medida representaria uma renúncia de R$ 7 bilhōes, a presidenta Dilma vetou a mudança e passou a negociar um novo critério de correção. Enquanto isso, a tabela permaneceu congelada, pra azar dos trabalhadores.

A negociação chegou ao fim somente em março de 2015. Ficou acertado um reajuste escalonado entre 4,5% e 6%, a partir de abril. O que se imaginava é que na declaração de ajuste, essa correção fosse aplicada retroativamente a janeiro de 2015. Só que não ...

Os valores anuais acabaram corrigidos linearmente em 4,9% e o restante da história a gente já conhece e sente no bolso.

Tabela continua congelada em 2016

Chegamos ao final de fevereiro, sem nenhum sinal de correção da tabela do IRPF em 2016.

Essa situação é ainda mais dramática diante do aumento do custo de vida nos últimos meses. A ordem natural é que os sindicatos corram atrás da reposição da inflação.

Sem a tabela corrigida, parte deste esforço vai direto para o Leão. No início de fevereiro, o Sinpro-SP publicou um artigo com uma simulação que mostrava o tamanho do rombo no salário dos trabalhadores. Leia o cont.

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