Voz do professor

Pesquisa comprova: professores têm mais problemas de voz

Atualizada em 12/05/2006 15:28

Os professores apresentam mais problemas vocais que os profissionais de outras áreas. A comprovação vem dos dados preliminares da pesquisa epidemiológica feita pelo SINPRO-SP e o Centro de Estudos da Voz (CEV) que foram divulgados nesta sexta-feira, no simpósio internacional sobre voz, em São Paulo.

De acordo com os resultados apurados, 63% dos docentes afirmaram terem tido alterações vocais no passado e 16% garantem ter problemas atualmente, percentuais que contrastam com o dos profissionais de outras áreas: 38,5% e 2,4% respectivamente. “As alterações nos professores são de natureza recorrente, já as alterações em não-professores estão dentro da faixa de incidência de disfonia na população geral”, explica Fabiana Copelli Zambon, fonoaudióloga do SINPRO-SP, uma das coordenadoras da pesquisa.

O principal sintoma relatado pelos professores foi garganta seca (51,7%), seguido de rouquidão e pigarro (cada um 35,1%). Os demais problemas apontados foram esforço ao falar, mudança ou cansaço vocal depois de curto período de uso, dificuldade para projetar a voz, dor na garganta, desconforto ao falar, problemas para cantar ou falar baixo e voz monótona.

O estudo identificou ainda que os professores relacionaram a ocorrência de sinais e sintomas vocais ao trabalho, o que não ocorreu com os demais profissionais. E também que os professores consideram mais a possibilidade de mudar de ocupação no futuro, devido à persistência de um problema de voz, apesar do receio de perder o emprego e não conseguir outro trabalho.

A pesquisa é a reprodução no Brasil do maior estudo epidemiológico com professores realizado nos Estados Unidos que verificou os efeitos de transtornos vocais em uma amostra casual de professores e da população trabalhadora em geral. Para primeira etapa estudo brasileiro, cujos dados acabam de ser divulgados, foram entrevistados 250 professores e 250 profissionais de outras áreas, todos da região metropolitana de São Paulo. A expectativa é ampliar a pesquisa para todo país até o fim do ano.

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